por Keissy Carvelli
Mato um grilo com minhas havaianas brancas e não sinto culpa alguma. Talvez eu seja mesmo um ser humano desprezível, e minha vaga no céu pode estar correndo sérios riscos, mas nenhum discurso do tipo “eco-bobo” vai me convencer de que plantar uma árvore no quintal de casa vai salvar o mundo do aquecimento global, e ai sim, meus filhos poderão viver felizes para sempre.
Chega de bancar o super-herói global, onde a iniciativa parte de cada um, as baleias azuis do sudeste do Himalaia não serão extintas, e desse modo o mundo se interliga nas boas ações ecológicas. Um grande emaranhado de utopias distraindo nossa vã filosofia capitalista, onde o “morde-assopra” rege todas as ações.
Pergunto-me por que raios o planeta corre risco de simplesmente deixar de existir, e só há uma resposta, simples e muito bem utilizada no nosso cotidiano hipócrita de cegueira múltipla de órgão e sentido.
C-O-N-S-U-M-O!!!!
Não existe solução em canto algum sem antes mudar toda uma estrutura viciosa de consumo pleno e indiscriminado; são tantas bobagens, tantas marcas, inovações, levando a um mesmo fim! O nosso!
Os temas são muitos, dificultando uma escrita concisa e direta, somando ao fato dos meus olhos pedirem cama; meu conhecimento é pouco, algumas aulas de geografia, uma leitura aqui, outra ali, e sinto-me no direito de jogar a vocês toda uma ideologia não muito bem definida dentro de mim. Não se importem em discutir, sei das minhas lacunas e falhas; minha necessidade, porém, é ressaltar a mediocridade humana.
Minha necessidade é simplesmente expor nosso maior medo, nossa maior hipocrisia em tentar salvar o mundo sem deixar de lado nosso capitalismo compulsório de compra, compra e compra!
E para complementar digo ainda que esse tipo de idéia, de uma garota estúpida do interior, nunca será tema do Fantástico, tampouco do Globo Repórter.
E viva o CONSUMO irônico e sarcástico de nossas finalidades!!
[tudo não passa de uma visão unilateral, baseada num foco só.]