sexta-feira, agosto 31, 2007

Pensando bem...

por Keissy Carvelli

Penso, após um lapso de análise, que para a pessoa certa não existe hora, nem minuto, tampouco segundo errado.







.Hoje eu poderia ter me apaixonado, ou talvez tenha sido um começo...enfim.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Mp3

por Keissy Carvelli


"Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha historia que alguem jah escreveu
E é por essas e outras que a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez"




[Com Robertos Carlos a letra soa brega, na voz da Ana Carolinta se torna auto-explicativa.]


.e nem sei se é realmente assim.

sábado, agosto 25, 2007

Onomatopéias reversas

por Keissy Carvelli

O sol acabava de nascer e o mundo já girava, as pessoas corriam sem chegar a lugar algum; os passos acelerados imprimiam a necessidade do tempo, da falta de calmaria. Os rostos tão diferentes não se encaravam, as sombras não se trombavam, e por um instante senti alívio em estar bem ali, no meio de tantos desconhecidos. Ninguém se importava com meu passado, ninguém estava interessado nos meus sonhos, nas minhas dores, na minha genealogia. Ninguém se resumindo a todo o mundo que por ali passava.
Eu vestia minhas calças jeans, meu tênis verde e já poderia desenhar em mente as ações compassadas e estereotipadas do “sobe-desce” nas escadas, do entra e sai do metrô. Quanta gente! Quanta gente!
Olha ali, quanto medo! Quantas frases perdidas nesta multidão, nesta confusão! Quanto barulho! Não ouço as folhas das árvores batendo contra o vento! Não há tantas árvores assim! Olha ali, gente caída no chão, crianças contando moedas e migalhas! Olha ali! E eu estou aqui, andando de estação em estação, ouvindo o silêncio entre as pessoas, as sirenes gritantes dos carros que se movimentam sem cessar. Estou aqui criando coragem para partir, destruindo minhas próprias barreias, saltando de vez em vez para não cair na rotina.
Estou inerte observando os novos rostos que acabo de conhecer, agora são reais, falam, gesticulam, brincam. Possuem digitais, traços, ironias; cantarolam brincadeiras e sabem bem sobre meu lado oposto.
Estou novamente entre a multidão e tudo se perde mais uma vez, os ouvidos nada escutam, os pés estão cansados, mas a vista é bonita. As luzes acendem, mas ainda há gente no chão. Ainda há experiência de pés sujos e cicatrizes nas mãos, Ainda existem tantos cantos que nem ao menos imagino. Ainda há tanto de mim perambulando por entre os vãos.
O céu se envolve nos vários tons de escuro, misturando-se entre cores e luas, e é assim que eu gosto. Deixo meus olhos percorrerem pelo vidro, atingindo em cheio os pensamentos do lado de fora, e entre uma estrela e outra vou distraindo as unhas roídas com minhas conversas interiores.
A cidade passa por todas as vigas deste mesmo vidro ficando para trás com suas confusões e imensidões; os prédios altos me dizem adeus e vão arranhando o céu, assim como minhas retinas sonolentas. Vai ficando tudo para trás...não sei se me levo, ou se me deixo assim...vai ficando tudo para trás.
Nostálgica, vou sonhando até que a mente pare de trabalhar, relembro dos últimos instantes e já sinto falta. Sinto mesmo falta de quem conheci, das calçadas, do ar quase poluído, mas tão cheio de liberdade. Vou sentindo saudade nos quilômetros seguintes, e mais saudade, mais saudade, mais....

quarta-feira, agosto 22, 2007

É, bem por aí

por Keissy Carvelli

"Dream about the days to come
When I won't have to leave alone
About the times that I won't have to say ...


Oh, kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go"




[Janis Joplin, e já é auto-explicativo]

domingo, agosto 19, 2007

Fecundação

por Keissy Carvelli

Minha fé em mim
Desolada fixação insólita
Particípio passado em presente
Como lembranças restritas a um livro
Quem sabe um perfume, algo mais
Minha fé em mim

Tão vazia e destemida
Fugindo querendo encontrar
Dançando só em salão público
Vagando em ponta-pé
Gritando em silêncio minhas ironias sarcásticas
Minha fé em mim

Assolada de suas quimeras
Rindo em falso o que verdade lhe parece
Mantendo à distância o perigo
O pecado dessas suas esperas
Falhas, conectivas entre emoção e emoção
Minha fé em mim

Unhas em pranto
Sem derrubar sequer uma gota de sal
Evasões paralisadas
Inebriadas em álcool e solidão
Sufocadas entre as gentes
Entre a conturbada confusão
Minha fé em mim

sexta-feira, agosto 17, 2007

Nacionalmente importado

por Keissy Carvelli

O fim de semana é regado em restaurantes caros, comida requintada, e muita diversão entre notas e mais notas daquele dinheiro tão exuberante e esbanjador que escorre pelos dedos sem nem ao menos doer ao final do mês.
As críticas são expostas após um bom noticiário de cada dia exaltando a falta de iniciativa desta prole, que se contenta com tão pouco e se esconde atrás dos subsídios cedidos pelo governo tão estúpido e assistencialista.
Da boca derramam wisky importado, misturando-se com palavras rebuscadas de um inglês perfeito e de um português tão importado quanto a bebida destilada. O sofá das sessões de terapia ouvem seus problemas pessoais, tão cheios de eufemismos e excentricidades. Ah, essa nossa elite.
Do outro lado da mesa a fome grita seu nome em misericórdia; a carne é comprada aos finais de semana, e distribuída em migalhas, primeiro para as crianças e mulheres. A diversão é a calamidade proclamada em rede nacional, e suas reclamações são abafadas por uma nova perspectiva de compra acessível, de ajuda bem vinda e necessária...ah, aquele “dinheirinho” mirrado a mais na conta propicia um sorvete ao mês, uma meia nova, um sorriso no rosto e uma esperança na pele fraca, sem proteína e iogurte natural.
A boca, sem voz, aplaude pela primeira vez uma atitude ao seu favor, e engole o choro ao ouvir que sua vida miserável o torna um vagabundo mal acostumado com o governo. Não existe psicóloga, suas dores são curadas no balanço do ônibus lotado às seis da manhã, e suas excentricidades?Ah, essas são privilégios para raros.
Ah, nosso povo....típicos brasileiros nacionais, destinados a correr contra o tempo,contra a fome, contra eles mesmos, porque ser pobre nas terras tupiniquins já é, de princípios étnicos, uma ofensa, e apoiar programas sociais é absurdo.
Acorde, povo! Vocês devem ser manipulados, e apoiar o tão popular protesto “Cansei”, afinal, o que é que anda acontecendo por aqui? Pobre recebendo uma miséria a mais, tendo bolsa-família, bolsa-escola; qual é o problema dessa gente? Vocês não percebem que andam crescendo muito, e ganhando dinheiro o suficiente para não morrerem de fome?!


.sou tão irônica quanto preciso.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Chama

por Keissy Carvelli

Menina, teus olhos turvos
Me chamam de amigo
Teus braços distantes
Se apegam num abrigo
E a voz fraca chama, chama
E o som ecoa, o tom se acanha
E o seu amor livre voa

Menina, seus medos infantis
Me mantém do outro lado
Seus métodos infalíveis
Precisam ser mudados
Não sou eu que vou fugir
Não sou a lança que machuca
Nem a lágrima que mistura
A tua dor ao teu jeito de sorrir

Menina, venha e creia
No teu peito afobado
Na sua respiração escassa
No nosso amor inacabado
Menina, creia e pule
Tão alto quanto puder
Para dentro de um mundo
Cheio desses seus traços de mulher

sábado, agosto 04, 2007

Uma parte do que falta

por Keissy Carvelli

Penso que todo sentimento deveria trazer consigo um botão On/Off para ser usado nessas ocasiões.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Antes das seis

por Keissy Carvelli


Todo mundo tem medo de se machucar, logo se afastam daqueles cujo sentimento parece ser incontrolável.


Eu não!