sábado, abril 28, 2007

Psicanálise aos prantos

por Keissy Carvelli

Escrevo compulsivamente apenas para tentar entender, preciso jogar as idéias em algum lugar onde eu possa confrontá-las de frente, analisar cada vírgula, cada ponto e então iniciar um processo de argumentação ou de idéia formada.
Talvez eu precise conversar, não parei diante de um longo papo profundo e filosófico depois de todos esses acontecimentos...tudo tão rápido, tudo tão intenso. Começa ano, faz 18, termina namoro, tira carta, inicia outro relacionamento, bebe, fuma, cursinho, novas experiências, novos príncipios, novas pessoas, blog, flog, família, dinheiro, viagem, mentiras, aaaaaaaaaaahhhh!!
Onde é que estou agora? Cadê o espelho? Preciso ver meu reflexo, minhas ações, meus descontroles...
Não sei andar devagar em certos assuntos, largo em último e corro, deixo o suor pingar, mas não descanso, corro tanto que chego a não enxergar nada, apenas corro. E diante disso não existe pessoa no mundo capaz de acompanhar...eu sou mesmo assim! Sempre de um extremo ao outro, de uma paixão a outro, de um sonho ao outro, de certezas a uma puta confusão. Eu sou mesmo assim.
E quem é que ousa se aproximar? Eu sou assim, já disse, mas preciso manter minhas ações distantes do coração e mais perto da cabeça, lá onde eu guardo a razão; preciso deixar de mover os pinos momentaneamente neste tabuleiro e analisar antes o jogo; preciso jogar os dados, olhar pra trás e imaginar os próximos passos. Desse modo ganhei uma vaga, não posso agora deixar a sede me levar a beber toda a água restante no cantil, preciso contentar-me com a conta gota.
Meu extremos são os reais inimigos, o meu intenso desequilíbrio; sou poeta* (não que eu seja de fato) , logo trato de paixões como os últimos suspiros, trato dos amores como vitais; eu sou o maior clichê, eu sei, jah disse, eu SOU! Será que assim fica claro? Sou aquela cena piegas de novela mexicana, sou a frase de amor eterno, a música melosa dos desfechos.
É...preciso planejar meus atos, não para evidenciar um lado calculista, mas para evitar meus exageros - e como essa palavra me soa pesada - , meus devaneios, minhas ilusões traduzidas em ações...
Desculpem a falta de poética do texto, a falta de propósito, de figuras de linguagem, destas só me resta ser paradoxo e hipérbole, e por hoje não escrevê-las; desculpem também os meus exageroas, 3 posts seguidos, puta que o pariu, quando é que vou me livrar disto?EXAGERO, talvez lendo em letras maiúsculas eu me assombre mais...
Desculpem essa publicação de conversa minha comigo mesma.

Essa minha maldita mania/característica capricorniana - ou o que quer que seja - em proteger de mais, em falar de mais, agir de mais, gostar de mais, ser de mais!!

Sem mais, ao menos por hoje!

[E partindo da fórmula chega-se a um valor onde, X é real e positivo; e olhar que de matemática eu nada sei, mas dos seus olhos...]

*poeta: teria eu, na forma culta e bem dita, que dizer poetisa, mas naum gosto de sua sonoridade, sua escrita, além de não achar que encaixe bem no texto. Logo, como tudo é meu, e quem "sou" sou eu, digo Poeta, e ponto!

Ah...

por Keissy Carvelli

O sábado é monótono e frio, talvez o primeiro do ano; eu poderia estar dormindo, estudando, lendo, bordando, surfando, ou fazendo uso de qualquer verbo que indique ação praticável, mas não. Estou num dia meu, escrevendo coisas minhas sem qualquer objetivo, e como via de regra, ao morrer do astro maior, você invade todos os cantos do quarto, e os meus também.
Já nem faço esforço para contrariar a lei natural do abrir e fechar de olhos; sua imagem é desejada num súbto momento, e me pergunto por quantas milhas teria eu que andar para então chegar até você....ah, se me fosse permitido...
Entraria pela porta da frente sem avisar, te tomaria pra mim, e o frio seria nosso, só nosso; seria ele o aquecedor dos momentos e abraços, o vento seria a música cantarolada por toda a noite, a lua a única luz sob nossos olhos, e nosso travesseiro o nosso esconderijo.
Tiraria teus risos com qualquer besteira, te diria tudo ao pé do ouvido para deixar claro, do teu sono eu cuidaria e tua mão apertaria para nunca mais soltar.
Ah, se me fosse permitido...
Levaria comigo somente o que guardo por dentro, e arrancaria com beijos tuas meias palavras, teus meios gestos, teus carinhos por inteiro; provaria dos temperos, e te pediria em namoro, mesmo que simbólico; o dia é propício! O clima contribuí, o santo diz amém, mas o tempo não.
Arre, estou farta do tempo...e por enquanto sem mais dilúvios ilusórios.
Ah, se me fosse permitido...


Fiz o brigadeiro como você gosta, para ver se você entra pela porta do meu quarto...

E no dia seguinte...

por Keissy Carvelli

Por que raios eu passo dias bagunçando os cabelos, pensando e querendo arrancar-te as palavras, e num único email perco meu chão e deixo todo o sorriso me invadir?
Por que raios eu passo dias sentindo que talvez eu não seja a pessoa certa e com uma única frase me desestruturo e perco meu ar?
Por que raios você me deixa tão insegura, e com uma simples palavra me faz ter todas as certezas do mundo?
Por que raios eu perco a métrica, as rimas, e as metáforas quando falo de você?
Por que raios acabei me apaixonando?
Por que raios estou aqui, numa madrugada fria sem você?
Por que raios amo você?

Eu simplesmente não estaria tão bem sem você!

sexta-feira, abril 27, 2007

Sem métrica

por Keissy Carvelli

Por que raios você se esconde dentro de você mesma, e me deixa pra fora assim, sem mais nem menos? Por que raios você se cala, e finge estar tudo normal, enquanto eu, tola e desesperada, te procuro por entre os vãos de suas vagas palavras? Por que raios eu tenho que te dobrar, te descobrir, te achar em meio a tantas confusões quando só quero estar ao seu lado?
Diga-me, ou me dê uma boa razão para que minhas noites sejam perdidas na falta de sono, na vasta busca pelas respostas, nos longíquos pensamentos...
Diga-me então, uma única palavra, um único suspiro e prometo entender. Peça para que eu vá embora, ou grite para que eu fique, mas diga! Por favor, diga!
Não te cale na distância, pois nada sou capaz de fazer, e por mais que eu tente, todas as ações parecem erradas. Eu suplico, preciso dormir, preciso sorrir, preciso sentir...então diga-me o que devo fazer.
Volte a ser minha, volte a ser a mesma, volte para o meu peito.
Distraia os seus dias com as minhas besteiras, e deixe seus medos pra trás.

Driblo a vontade de fumar, e vou dormir, mais um dia, sem saber o que de fato acontece.

terça-feira, abril 24, 2007

Na minha curta maneira (Parte 6) ou mas será que preciso mesmo?

por Marcos Paulo

Por que o que eu sentia por você antes, parece estar diminuindo agora?
Preciso te amar mais?
Preciso sim!

Por que o desejo que eu tinha antes por você está se dissipando?
Preciso te desejar mais?
Preciso sim!

O respeito ainda se encontra atrelado.
O amor verdadeiro ainda é sublime.
Posso ser infiel, mas nunca vou deixar de ser leal.

Por que não tenho mais aquela mesma vontade de te olhar que eu tinha antes?
Preciso te perceber mais?
Preciso sim!

Por que já não sinto mais o mesmo gosto que sentia ao te beijar?
Preciso aguçar meu paladar?
Preciso sim!

Te querer!
Te desejar!
Ser fiel!
Te perceber!
Te aguçar!

Queria tudo isso como antes.
É incrível o que o amor pode fazer.
Esse amor me faz não te querer tanto e, ao mesmo tempo,
me obriga a resgatar o que sentia antes.

Mas, será que preciso mesmo?
Preciso sim!

"... but we never gonna survive unless we get a little craze...and no one gonna survive, unless we get a little craze,'cause in a world full of people only someone want fly.Ain't a craze?" Allanis Morissette, Craze

segunda-feira, abril 23, 2007

Teoria do Desprezo

por Gleice Couto

obs: sentem a cara de colunista na foto ao lado pensando 'estou certa e vou provar isso para todos' - a ocasião merece.

Porque homem é um bicho que gosta de sofrer. É sério. Não tô brincando e muito menos fazendo discurso feminista. Isso é coisa pra mulher que não tem o que fazer, que acha legal coçar um saco que não tem, que acha maneiro barbear a...

Ok. Parei por aqui, se não vira baixaria. Voltando ao assunto, quero provar a vocês por A + B a minha Teoria do Desprezo, onde alego que todos os homens gostam é de ser mal tratados, pisados, desdenhados, humilhados. Eu quero demonstrar isso e vou conseguir.

A verdade é que temos que tentar encarar a dura realidade: homem só é bom mesmo pra abrir vidro de azeitona, trocar lâmpada, e claro, ser desprezado.

Conto com a ajuda da minha amiga Isabel Fernandes, pesquisadora de anos da área. Juntas, por meio de vários testes empíricos, contemplação ao ar livre, pesquisas teóricas e de campo, e como não poderia deixar de ser, experiência própria [Sim, sim. Vivenciamos diariamente essa realidade esdrúxula.] chegamos a este ensaio. Devido a tanta seriedade a cerca do assunto, aviso desde já que essa Teoria tem que ser respeitada. É cientifica.

Vamos a ela.

Primeiro de tudo: o que se esperar de um ser que tem bilhões de neurônios a menos que as mulheres? Nada. Absolutamente nada. Outras pesquisas descobriram que o cérebro das mulheres processam a linguagem verbal simultaneamente nos dois lados (ou hemisférios) do cérebro frontal, enquanto que os homens tendem a processá-la apenas no hemisfério esquerdo. Daí concluímos porque os homens só vêem a situação pelo lado deles. Egoístas natos. E nem venha falar que o cérebro do homem é maior. Eu sei disso, é em média 10% maior. Mas saiba você que isso é devido ao maior tamanho corporal dos homens: um maior número de células musculares implica em um maior número de neurônios para controlá-las. Tá vendo? Até no cérebro homem só pensa em futilidade.

Uma vez dito isso acho que já podemos pular para a parte Prática desta Teoria.

Para ilustrar a Teoria do Desprezo, para que vocês, caros leitores, possam ter uma visão real do que se trata, vamos partir para os exemplos. Todos os casos contados aqui são verídicos, que nos foram confidenciados ou ainda vivenciados por mim e Isabel. Para evitar maiores constrangimentos, saias justas, acusações de plágio, mentiras e barracos dignos de Luciana Gimenez e Ratinho, os nomes dos envolvidos foram suprimidos.

Simulação 01:

[Tudo o que está entre colchetes são extras para te ajudar a imaginar o que de fato ocorreu.]

X foi certa noite a uma boate. [ mostra um monte de gente dançando feito louco, coisa que só acontece nas boates da Tv Globo ]. Estava animada, sentia que aquela era ‘a’ noite. [ aparece uma gatinha tipo ‘Malhação’ balançando o cabelo ]. Chegando lá, dança vai, dança vem, conhece Y. [ o gatinho de cabelo engomado tipo ‘Rebeldes’ cai bem aqui ] . Rola uma química e ‘ficam’. [ não, não se empolga que não vai ter cena de suruba nessa simulação. ]. Y não cansa de dizer que achou X linda, que quer sair com ela de novo, e todo aquele bla bla bla que só os homens são capazes de dizer e só as mulheres capazes de acreditar feito idiotas. [ o gatinho e a gatinha mexem a boca entre sorrisos idiotas e olhares canastrões ]. Resultado: Y pegou o telefone de X em meio a um cenário digno de novela: nascer-do-sol em frente a praia. [ trilha sonora cafona do Kenny G ]. Que lindo, não? Continuando... No dia seguinte, Y liga para X e marcam de se encontrar na mesma semana. Estavam empolgados, afinal tudo indicava que dali ia sair alguma coisa. [ o casal conversa ao telefone como aparece em comercial de ‘Disk Paquera’, com os atores no celular em meio a uma floresta nada a ver – uma pergunta: como celular pega ali? ]. Só que, assim como em toda novela, sempre há um vilão que fode com tudo. Dessa vez foi uma partida de futebol. O cidadão Y conseguiu fraturar o pé dividindo uma bola e teria que ficar 15 dias de molho sem colocar o pé no chão. [ cenas de Y com o uniforme das ‘Organizações Tabajara’ levando uma porrada e caindo no chão feito uma abóbora ]. Isso, claro, foi o que ele disse. Agora se é a verdade, impossível saber. X deixou passar, afinal, quem brincaria com algo tão sério? Então, pacientemente esperou 15 dias. Nesse meio tempo, entretanto, ficaram se ligando, mandando mensagens, etc etc etc. [ passagem de tempo com musiquinhas cafona ]. Passado esses dias, finalmente marcam uma outra saída. “Uau! Agora a coisa vai!” – X pensava. [ X aparece feliz, sorrindo à toa, a imbecil ]. Só que adivinhem? Y não vai buscar X e nem coragem tem para ligar, manda uma mensagem de celular. X, de saco cheio daquela porra toda, liga pra Y e acaba com o rapaz, coitado. Ele parece inconsolável, mas X não ta nem aí, diz o que devia e o que não devia pro moço. [ X berra ao telefone e fica impossível de se entender algo com tantos ‘pi’ ]. Mas pra que ela fez isso? Ele simplesmente gamou. [ Y com cara de idiota na outra linha – mas ele é mesmo, não? ]. Desse dia em diante, passou a mandar mensagens para o celular de X, a ligar constantemente para ela, que não atendia nenhuma ligação.

Essa primeira simulação visivelmente prova eficazmente a Teoria do Desprezo, pois quando Y tinha atenção por parte de X, quando ela acreditava nele e o tratava bem, ele não dava valor. Mas, a partir do momento, que ela o desprezou, pisou, humilhou, Y parece ter se sentido vivo. Pode-se constatar ai, algo meio masoquista também.

Mas isso é assunto para a próxima simulação. Aguardem.

Obs: Tem uma história que também pode enriquecer este ensaio? Envie-me por e-mail. Seu nome será mantido no mais absoluto sigilo [sobe som vinheta do Linha Direta].

domingo, abril 22, 2007

Meu maior clichê

por Keissy Carvelli

A poesia é tão clichê, assim como os finais de filme, novela ou de um livro qualquer, nem ao menos uma simples canção tem o poder de fugir; o amor é um grande clichê!
Eu me arrisco em poesias, choro em filmes, me encanto com livros, escrevo canções, e amo. Do verbo mais intenso e profundo que possa existir neste meu vago vocabulário, em todos os seus sentidos, e formas e maneiras; em suas besteiras, na falta de noção, na pressa acelerada, nas redundâncias, nos olhos brilhando por ai...

Eu sou um grande clichê!


"Vejo o mar, o céu, estrelas
A terra, mimosas flores
Tudo vejo, mas não vejo
Esses teus olhos, amores

Ruge o mar, cintila a estrela
Perfumes recende a flor;
Mas que me importa?Se estais longe
Longe de mim, meu amor"

[Poema : Saudades de Marques Rodrigues]


...

por Keissy Carvelli

Só preciso ouvir sua voz para sair um pouco desta corda bamba.

segunda-feira, abril 09, 2007

Discreto Projeto, Secreto e Incompleto

por Gleice Couto

A respiração não cessa
Curta
Densa
Sem resposta
O coração acelera
Vivo
Quente
Sem espera
E eu que somente queria sentir o único
Acabo por narrar o seu mundo
Aquém do meu, do nosso rascunho
E eu, que somente queria vivenciar sua peça
Ser a atriz principal de sua narração
Não passo de página virada do roteiro
Do meu discreto projeto, secreto e incompleto

sexta-feira, abril 06, 2007

Discurso indireto

por Keissy Carvelli, 5 de abril às 23:56


Não pretendo fazer poesia, nem prosa, nem soneto, nem canção; meus vícios variam de madrugada em madrugada, às vezes leio, outras escrevo, penso, sonho; outras vezes sou toda saudade, e lirismo, traduzo metade dos sentimentos em letras de músicas antigas, a outra metade guardo num lugar escondido onde só eu posso achar.
Morro de medo de achar, esse é o fato mais sólido, mas eu tenho o mapa, sei exatamente o caminho e já bati na porta deste distante esconderijo.Achei!
Meus olhos disfarçam, minhas palavras são ditas em metáforas, e esse brincalhão, que se esconde de medo, quando ameaça aparecer logo volta pra onde deve: na casinha de paciência, tendo como chave o tempo.
Não quero tentar e não dizer, não sentir e correr, não quero ensaiar todas as ações e não fazer, não quero, simplesmente do verbo não querer ter toda uma frase pronta para ser dita e fugir.
Quero te pegar pelas pernas, te trazer pra dentro, fechar minha mão e sentir a sua por baixo, quero seus extremos e meios, suas metades, seus inteiros; quero seu cheiro e o que vier com ele, seus olhos, suas pintas, suas poses; quero ser seus acertos, seus erros, quero ter tuas maravilhas, teus defeitos.
Quero não precisar mais destes discursos indiretos, desses simbolismos, e analogias, não quero mais sentir-me como criança no Natal; não mais, não por hoje, não pro resto da vida.
Preciso da frase no presente, em primeira pessoa, na forma mais direta que possa existir, preciso do diálogo sem travessão, sem pausa, sem papel nem caneta; preciso dos sentimentos ditos e gritados na pele, no suor, nos sentidos; preciso do gesto em luz acesa, da voz em tom alto, do sopro em ventania, da febre em calor, dos céus em estrelas e luas; preciso nesse instante e agora, nesse instante e semana que vem dos teus anseios, dos recreios e intervalos, dos teus aspectos, menções; preciso num dado momento e no outro também, numa festa, num quarto, num lençol; preciso agora mais do que ontem, e fim de semana que vem mais do que hoje.
Preciso não ser pega no radar por correr de mais, preciso da placa siga em frente, do exagero explosivo, e do depois comedido; preciso da inconstante constância, da fôrma de fazer pão, da forma de driblar um não.
Preciso só pelo tempo que durar, preciso só me desfazer em lágrimas e sorrisos, preciso só do que é meu mesmo sem ser, preciso só da primeira, segunda e terceira impressão; preciso unicamente dos acordes aleatórios esquecido das horas.

quarta-feira, abril 04, 2007

Poesia a dois...

Outra ilustre convidada (isso tá ficando bom!). Dessa vez é a cantora/compositora Valéria Costa que dá uma de rabisqueira e contribui com o nosso blog com esse rabisco lindo (obrigada, Val!). Bem, leia e comente! Aproveite também para conhecer o trabalho dela, acessando www.valeriacosta.com

por Valéria Costa

Uma poesia a dois é bem melhor
Pois reúne prosa e verso.
Prosa você reunindo palavras
Verso eu reunindo sentimentos.
Uma poesia a dois é bem melhor
Pois reúne choro e riso.
Riso meu por trás das lágrimas
Choro seu por trás do sorriso.
Uma poesia a dois é bem melhor
Pois reúne partidas e chegadas
Chego eu onde sempre estive
Parte você pra onde quero que chegue.
Uma poesia a dois é bem melhor
Pois reúne noite e dia.
Dia você correndo pra todos os lados.
Noite eu sonhando com você todo o dia.

domingo, abril 01, 2007

Aritmética Versada

por Gleice Couto

Dou o inteiro
A soma, não a subtração
Mas apenas recebo a metade
Somente sinto sua terça-parte
Parte de algo não completo
Vazio vezes o infinito
Que dividindo por zero
O resultado é o mesmo
Diferente do que quero
Diferente do que anseio
Meio ou zero vírgula cinco
Raiz quadrada inexata
Elevada ao cubo
De uma vida abstrata


[ obs: cansada de me doar por inteiro às pessoas e só receber a metade. ]