sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Trajeto

por Keissy Carvelli

O último suspiro soa agora como a mais amarga derrota, penetrando cada pedaço do meu corpo sem pedir espaço.Instala-se num triste olhar que lanço para o espelho refletindo minha vaga imagem, onde o TUDO resume-se num dia só.
Apego-me a crença da inexistência do acaso para não enlouquecer, forço gestos aleatórios intimidando a escuridão de alguns pensamentos, que na contramão, seguem atropelando os otimistas de plantão.
Sujo o rosto, e não nego, a esperança exaltava alegrias ilusórias, e fisionomias conhecidas; o resto é então o que me resta, as noites são as minas das minhas idéias sem qualquer fundamento, e o frio é a ausência do calor latente.
O papel implora por linhas escritas, por desapegos e desabafos, mas nem uma palavra é dita, o final da cena está errado e fica atravessado na minha garganta como um desfecho mal elaborado.
Sou cúmplice e crítica de meus próprios erros, meu destino é incerto como um samba enredo longe, onde todos começam junto sem saber a hora certa de parar. Metáfora.
Péssima escolha a minha, tentar descontar tudo numa frase vazia, péssima escolha a minha escolher e acabar não sendo escolhida!

Um comentário:

Anônimo disse...

"O papel implora por linhas escritas, por desapegos e desabafos, mas nem uma palavra é dita, o final da cena está errado e fica atravessado na minha garganta como um desfecho mal elaborado."

estou exatamente nessa fase. lendo e escrevendo absurdamente. nem sempre com lógica, apenas sentimentos. :o)

lindo texto!