sábado, abril 28, 2007

Ah...

por Keissy Carvelli

O sábado é monótono e frio, talvez o primeiro do ano; eu poderia estar dormindo, estudando, lendo, bordando, surfando, ou fazendo uso de qualquer verbo que indique ação praticável, mas não. Estou num dia meu, escrevendo coisas minhas sem qualquer objetivo, e como via de regra, ao morrer do astro maior, você invade todos os cantos do quarto, e os meus também.
Já nem faço esforço para contrariar a lei natural do abrir e fechar de olhos; sua imagem é desejada num súbto momento, e me pergunto por quantas milhas teria eu que andar para então chegar até você....ah, se me fosse permitido...
Entraria pela porta da frente sem avisar, te tomaria pra mim, e o frio seria nosso, só nosso; seria ele o aquecedor dos momentos e abraços, o vento seria a música cantarolada por toda a noite, a lua a única luz sob nossos olhos, e nosso travesseiro o nosso esconderijo.
Tiraria teus risos com qualquer besteira, te diria tudo ao pé do ouvido para deixar claro, do teu sono eu cuidaria e tua mão apertaria para nunca mais soltar.
Ah, se me fosse permitido...
Levaria comigo somente o que guardo por dentro, e arrancaria com beijos tuas meias palavras, teus meios gestos, teus carinhos por inteiro; provaria dos temperos, e te pediria em namoro, mesmo que simbólico; o dia é propício! O clima contribuí, o santo diz amém, mas o tempo não.
Arre, estou farta do tempo...e por enquanto sem mais dilúvios ilusórios.
Ah, se me fosse permitido...


Fiz o brigadeiro como você gosta, para ver se você entra pela porta do meu quarto...

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