por Luisa Cabrini
Era uma vez...
uma garotinha que sempre fugia de si mesma, buscando nos outros o que faltava nela própria...
Ela adorava usar uma máscara para ela mesma e saía sempre para tentar distrair o foco do que se passava em sua vida com alegrias efêmereas.
Era uma pequena menina, na verdade uma grande mulher, que ainda não tinha acordado para vida e descoberto o que ela realmente era por trás das máscaras para a sociedade e dos momentos felizes e infelizes que retalhavam a sua existência... ela apenas existia.
Existia de um jeito cinza, parecia viver um eterno dia nublado de outono. Sorria sim, mas poucas vezes era sincero. Chorava sozinha, mas logo se controlava pois eram nesses momentos que ela se descobria, sem máscaras, sem festas, sem influência alguma ao seu redor... descobria o que realmente sentia, o que realmente pensava, o que realmente tinha dentro de si. E não descobria a alegria, o riso, o bom-humor, o amor. Por isso fazia questão de se controlar e voltar a esconder-se de si mesma. Era um jeito de não sofrer. Simplesmente fingir que era feliz. Que acordar era uma alegria, que a rotina preenchia sua vida e que tudo ao seu redor só lhe fazia bem.
Claro que algumas poucas coisas, alguns amigos, uma música ali, um filme aqui sempre lhe faziam bem. Às vezes ela se via rindo, feliz e contente e sem máscaras. Ah, como isso era bom!
Mas eram momentos e algumas pessoas que conseguiam isso.
Por que isso? Por que não podia ser sempre assim?
A pequena mulher então, começou a se questionar. E com isso, foi afundando em reflexões e se aprofundando no seu próprio ser. Começou a se descbrir - e a não ter medo dela mesma. Passou a não usar mais máscaras para ela mesma. Escondia o que sentia só quando era necessário - ou seja, para se proteger dos outros e das consequências que a vida acabaria trazendo.
E assim a garotinha (ou mulher?) foi amadurecendo e se conhecendo, conhecendo assim também o mundo e a sua própria vida. E foi assim que ela começou a viver e não apenas existir. Aos poucos foi descobrindo que nem tudo é do jeito que se quer, mas de um jeitinho ou de outro ela conseguiria fazer com que fosse, pelo menos por um momento.
E foi assim que ela se descobriu e descobriu que poderia amar e ser amada. Às vezes sofria, mas também causava sofrimento. Ria, chorava, cantava, gritava, pulava, bebia, dançava, conversava, beijava, se descabelava e assim vivia, dia após dia, sem arrependimentos e sem deixar apenas a vida passar diante de você.
E foi assim que ela deixou esse mundo. Pelo menos conseguiu aproveitar cada pedacinho ao seu tempo. Se não aproveitou também, nunca irá saber que faltou algo para ser explorado.
Mas isto também não faz muita diferença agora.
domingo, maio 13, 2007
A Outra.
Postado por
Equipe Rabiscos À Mão Livre
às
8:10 PM
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Um comentário:
ah lis por aqui! *.*
e tb to sempre nessa eterna dualidade garotinha/mulher... to cansada já. ¬¬
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