sexta-feira, janeiro 19, 2007

Aquela

por Keissy Carvelli


Já fui palhaça de circo, hoje cansei, pendurei as botas no fundo do armário e as deixei lá, sem qualquer utilidade servindo apenas de lembrança para os momentos vazios de nostalgia.
Cheguei ao meu finalmente, sem um happy end,é claro, nada pode ser tão fácil assim.Não chorei, nem soltei um riso sarcástico, apenas fui irônica quando quis, e desliguei todos os seus sons quando precisei. E ainda preciso.
Preciso não ouvir sua voz, nem suas meias-mentiras, preciso me livrar de mim mesma enquanto é tempo, caso contrário será tarde de mais.
Rôo as unhas sem limite de parar, assisto filmes, toco qualquer cançãoo que já não lembro mais, conto os dias, os minutos, vivo os segundos.
Faço tantas brincadeiras infantis, tantos sopros sutis, tantas letras vagas que me surpreendo a cada passo, e passo o tempo assim.
Voltei a estaca zero, sem estar realmente zerada, vejo as flores sem imaginar as cores, e apenas espero aquela nova sensação de que tudo será pra sempre.Ou não, apenas aquela velha sensação de estar vivendo num filme hollywoodiano banal....apenas aquela.

2 comentários:

Anônimo disse...

AMEI esse seu texto na 1ª vez que o li!

"Voltei a estaca zero, sem estar realmente zerada, vejo as flores sem imaginar as cores, e apenas espero aquela nova sensação de que tudo será pra sempre."

Ver as flores sem imaginar as cores é TÂO dificil..Viver sem imaginar o próximo passo, sem sonhar ou idealizar o que vêm é MUITO complicado... Não consigo. Mas tento. É como sempre digo: 'tentar é o verbo!'

so keep on tryin', sista! ;o)

:o***

Anônimo disse...

Novamente um texto tão próprio... Tão próximo. Sei não, tudo o que li já aconteceu comigo.
Estou surpreso novamente.

Fantástico.
Deus existe e você tem futuro, menina.

Abraços.
A propósito: Quando iremos nos conhecer?