por Keissy Carvelli
A chuva cai dizendo a hora exata de dormir, mas o sono é pesadelo e insiste em fugir de mim. Se deito, sonho com minhas esperas, meus medos, e desejos; acordo sem saber se foi real ou não, coloco os pés no chão frio me certificando da fútil inexistência da verdade.
A consciência trabalha a favor de meus devaneios, e jé não suporto essa louca espera pelo dia seguinte, pela vida nova, pelo beijo perfeito, pela pessoa certa, pela música ímpar, pelo banho sutil, pela alma lavada.
Distorço fatos e vivo de alucinações desmembrando cada pequeno espaço numa estação completa de realidades vivas e vividas, das quais nem sei se me encaixo. Não discuto, nem escuto, não converso.
É cada segundo preso numa interminável solidão tão sólida e tátil, uma saudade do que não tive, uma infeliz felicidade dissolvida entre dias, e horas e suspiros. A minha ausência, minha essência, e todos meus sentidos perdidos por aí, em algum beco fechado, escuro, fedendo a mofo ou coisa parecida.
São as sombras de toda uma história berrando ao pé do meu ouvido frases mórbidas sem qualquer positivismo, são os monstros na minha estante fazendo pose de passado, querendo reviver num presente para me assombrar novamente num futuro. Chega.
Tiro os objetos pontiagudos de perto, as fotografias, as lembranças e memórias desnecessárias, escondo em algum lugar distante até eu descobrir a forma correta de lidar com tudo isso.
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Trechos de mim
Postado por
Equipe Rabiscos À Mão Livre
às
3:43 AM
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Um comentário:
"A consciência trabalha a favor de meus devaneios, e jé não suporto essa louca espera pelo dia seguinte, pela vida nova, pelo beijo perfeito, pela pessoa certa, pela música ímpar, pelo banho sutil, pela alma lavada."
meu, já falei que sou sua fã? O.o
sério keh, vc traduz em palavras absolutamente tudo o que há de mais real.
tb não aguento mais tamanha expectativa pela vida todo dia. isso cansa. eu estou cansada.
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