sexta-feira, outubro 19, 2007

Distorção

por Keissy Carvelli

4:12 da manhã, o silêncio ensurdece meus ouvidos e os olhos queimam de sono. Eu deveria mesmo já estar sonhando com qualquer besteira por ai, pronta pra acordar mais cedo amanhã e estudar: os meses seguintes prometem uns vestibulares filhos-da-puta!

Levei meu pai para pegar um ônibus rumo a São Paulo, coisas da Prefeitura onde ele trabalha. Gostaria de ir junto, mas eu ficaria por lá. Sempre existe algo/alguém que me faz querer sair daqui, e isso me soa um tanto quanto "novelesco".
Na volta resolvi apertar o botão do rádio, gosto mesmo das músicas que tocam madrugada à fora, são sempre antigas e de um tom melancólico mesmo que tenha guitarras e distorções. Dito e feito: uma música do Bon Jovi que eu adoro, e que, por coincidência talvez, eu lembrei ainda essa tarde.
Tirei as mãos do volante e vim cantando- ou tentando- já que não sei muito da letra. Senti-me como num filme de Hollywood, onde, na última cena, a mocinha pega seu conversível, coloca um rock ´n´ roll e se arrisca pela estrada, sem rumo algum. Não estava num conversível, e tinha um rumo bem certo: a minha casa, entretanto o rock ´n´roll fez-se presente!
Mandei uma ou duas mensagens. Ainda me sentia sozinha.
Quis gritar, afinal, eu estava mesmo sozinha. Poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse: sair com o carro, encher a cara, fumar no meu quarto, andar nua, trazer quem eu quisesse pra casa, pular na cama, ou simplesmente cair no lençol verde cheio das minhas vontades.
Em todos os casos, vou dormir, porque amanhã é um dia qualquer, exatamente como os outros!E a propósito, não fumo mais diariamente!

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