quinta-feira, outubro 25, 2007

Dobradura

por Keissy Carvelli

Isso é o tipo de coisa que precisa ter muita disposição mesmo pra fazer, ainda mais um tipo como eu, desprovida de toda e qualquer paciência. Um troço desse precisa ser feito por um objetivo maior, uma força que você tira sabe-se lá da onde, caso contrário na primeira dobra você desiste.
Primeiro tem que cortar o papel certinho, e aí já começa a coisa chata. Eu sempre erro a medida, ou corto torto, ou algo parecido. É a falta de paciência misturada com a falta de cuidado mesmo; o fato é que pra mim quase tudo sempre está bom, não ligo muito pra perfeição.
Depois de obter um papel exatamente quadrado você começa a seguir os passos da demonstração, e pra piorar a coisa ainda está escrita em inglês. As imagens salvavam um pouco, mas não pude deixar de recorrer ao dicionário. Por isso digo que esse troço tem q ser feito com disposição.
Desisti por horas, e retomei o ritimo lá pelas tantas da madrugada. A cabeça estava quase fundindo, aquilo estava me aporrinhando o saco, eu juro! Mas, eu já podia imaginar a satisfação de dizer: eu fiz, e ainda imaginar o sorriso do lado de lá achando tudo muito engraçado. Afinal, quem é que no mundo inteiro faria algo do tipo só pra arrancar um sorriso?!
Estava tendo 3 filhos japoneses, mas tentava controlar o nervoso, e por vezes quase amassei tudo e fui dormir. Porém, valia a pena.
Duas horas depois eu vi aquela coisa toda tomando forma, e tomava a forma certa, como descrita na demonstração. Puxa, aquilo era mesmo orgasmico.
O troço tinha mesmo que ser feito com muita vontade, e vontades em mim é o que não faltavam. E depois dessas duas horas, alguns quilos de paciência e neurônios queimados eu posso dizer que tenho mesmo um Caracol. Não aquele do outro lado, cheio de expressões bonitinhas pra caramba, de sentimentalismos e irreverências. Mas eu tinha um Caracol, e isso já era um bom começo!


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